quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Estilos...estilos de vida...






Dandy e Dandismo

O Dandismo (derivado do termo inglês "dandy") foi um fenômeno ocorrido principalmente na Inglaterra e na França em meados do século XIX, em que a afetação no traje masculino torna-se símbolo de uma postura ideológica pró-aristocrática, de sofisticação e de rejeição dos códigos de conduta e dos valores burgueses. Enquanto estes enfatizam a igualdade, a responsabilidade e a perseverança, o dandy opõe-lhes um sentimento de superioridade elitista, cultivando a irresponsabilidade no decurso de um dia-a-dia voltado ao ócio, se apoiando na doutrina da Arte pela Arte e no Esteticismo, configurando-se assim na margem da moral oitocentista e abrindo caminho às posturas decadentistas do fim do século XIX. A importância que se dá ao vestuário como forma emblemática de realçar a diferença é apenas comparável ao papel desempenhado pela agudeza de espírito na sua linguagem. Foi representada por figuras como Lord Byron, Edward Bulwer-Lytton, Oscar Wilde e Charles Baudelaire.


O dandy é o cavalheiro perfeito, é um homem que escolhe viver a vida de maneira leviana e superficial. Como uma máscara, ou um símbolo, é uma sub-espécie de intelectual que não desprime o esteticismo e a beleza dos pormenores. É um pensador, contudo diletante, ocupando o seu tempo com lazer, actividades lúdicas e ociosas. Tem uma obsessão pela classe e é um dissidente do vulgar.

Dandy: também conhecido como um namorado ou galante. O dandy foi figura marcante nos fins do século XVIII e inicio do seculo XIX. Eram homens que davam certa importancia a aparência refinada, hobbies e lazer; se esforçavam em aparentar ser mais ricos, meemo tendo pouco dinheiro.Cultivavam a ideia de beleza em suas próprias pessoas, satisfazer suas paixões, de sentir, pensar... Charles Baudeleire definiu o dandy como alguém que eleva a estética a uma religião.



Apesar de toda essa preocupação com a aparencia, em mostrar ser o que não é o que não tem, o dandy usava sua roupa e aparencia para representar a superioridade aristocrática de sua mente. Mostrar através do que vestia que era realmente superior, intelectualmente falando, que não precisaria de mais nada para viver.

O importante era o corte e o apuro. O colarinho era virado para cima com as duas pontas projetadas sobre o rosto firmadas por um lenço em forma de plastrom ou stock, que dificultava o movimento da cabeça e dava a seus portadores um ar “snob”, empertigado.

Representante dandy feminina, Cora Pearl, cortesã.


Atualmente o dandy é visto como uma cambada de engomadinho... Mas na realidade queriam chamar atenção de toda uma sociedade, onde a futilidade e o valor de posses do individuo valia muito mais ao que ele tinha em mente, o que ele fazia... Queria mostrar que o nível intelectual era mais importante, que a vida não se resumia em dinheiro...

Gosto deles, e gosto da forma que tratavam a sua aparencia e eram vaidosos e gostavam de mostrar que eram inteligentes atraves de sua aparencia.

A partir desse port falarei de MODA MASCULINA, como ela mudou atraves dos tempos.Falarei não so de vestimenta, so como um meio cobrir suas vergonhas, mas tambem o que cada peça representa e como foi se modificando.

Até o próximo POST

Camila Nansu

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Projeto Interdisciplinar 2009.2


Gostaria de deixar claro que tenho o objetivo de escrever um POST por dia... Então hoje irei escrever dois POSTS, ontem não deu para escrever...

O Projeto Interdisciplinar da FACULDADE em que estudo (prefiro na falar nomes, por enquanto) tem como objetivo fazer com que o aluno integre todas as matérias e conhecimentos obtidos durante o semestre e possa apresentar um trabalho bem respaldado, de acordo com todas as metodologias, que tenha um trabalho sério e que no final o resultado tenha um bom nível...
Os professores escolhem um tema (geralmente difícil de trabalhar) e a partir daí fica por nossa conta e risco (para alguns o risco é muito maior).
Esse semestre o tema foi CULTURA POPULAR DO RECONCAVO BAIANO.
Algumas pessoas não souberam inicialmente como trabalhariam... no decorrer do semestre se acharam. No meu caso já sabia com que trabalharia, tema de coisas que permeiam minha vida RELIGIÃO, definido isso tratei de me achar dentro do tema da faculdade e logo escolhi a IRMANDADE DA BOA MORTE. A partir daqui eu vou colocar os textos e imagens referentes ao meu trabalho, e claro algumas observações.






A Irmandade da Boa Morte foi fundada na Igreja da Barroquinha, em Salvador, no século XVIII, por africanas alforriadas e vinculadas ao candomblé. A confraria tem como característica o sincretismo religioso baseado no culto a Morte de Maria e a orixá Naña. A morte de Maria é cercada de mistérios e lendas, acredita-se que ela, na hora da morte, apenas dormiu (Dormição) e foi levada aos céus por anjos (Assunção), a partir do século XIII o culto a morte de Maria conquistou mais devotos católicos. A crença e devoção da morte de Maria (Dormição e Assunção) foram trazidas pelos portugueses, tornando-se mais forte no litoral, e disseminada pelos jesuítas. Em nenhum momento de estruturação da irmandade que reverenciava a morte Assunção de Maria foi deixado de lado o culto aos deuses africanos. As negras passaram a ver ‘boa morte’ a forma de vida dos seus ancestrais míticos, tendo como referencial o orixá Nanã considerada, pelos seus devotos, a mais velhas dos orixás; o início, o meio e o fim; o nascimento e a morte; a senhora da morte ou a própria morte e a representante da existência humana.

Existe todo um processo extenso, que não falarei agora, acerca dos métodos existentes no DESIGN. Enfim depois de ter feito uma vasta pesquisa e outras mil coisas eu escolhi meu público alvo: mulheres jovens, extremamente sensuais, que gostam da vida (sem medo da morte).

E depois de MUIIIIITO trabalho (serio é muito trabalho mesmo) saíram os desenhos, que no total foram 20 (vinte) e foram apresentados 12 (doze), para que 2 (duas) peças fossem feitas para o desfile.







E finalmente as peças confeccionadas






Obrigada a todos que me ajudaram no trabalho...


Até o proximo post !!!



Camila Nansu...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Ser ou não ser??? Eis a questão


Texto feito por mim sobre as identidades culturais e sociais no mundo contemporâneo, que é cada vez mais fragmentada.


O sujeito de muitas identidades, contraditórias e mal-resolvidas (Hall), vive buscando meios e métodos de se encaixar em uma sociedade (igualmente fragmentada), ao passo que busca se mostrar um individuo com vontades e características próprias.



Nos padrões atuais esse sujeito, tão fragmentado com tantas identidades, reflete uma sociedade em que leis e normas são esquecidas e evidencia-se cada vez mais que o que vivemos é manipulado pela mídia. A cultura popular outrora vista em destaque hoje foi posta de lado e que presenciamos no que assistimos, ouvimos, discutimos, lemos é a cultura de massa. E através desse processo vivemos em um ciclo, onde a massa expõe seus padrões, desejos, vontades, e a mídia impõe seus padrões e que sejamos parte deles.



A Moda sendo hoje um dos processos sociais que mais foca e se utiliza da cultura de massa e que contribui para a construção da massificação, facilmente confundida com algo trivial e/ou fútil, sendo comumente definida como “se vestir bem”. Ela vai bem além, sendo0 maneira, costume, modo, formas e, não envolve somente o vestuário e o ato de se vestir, sim sendo tudo que adorne ou modifique o corpo. Considerada por alguns autores como fator importante para a formação da identidade do indivíduo, ela funciona apenas como uma pequena parte deste processo. Pois através da Moda o individuo pode passar discursos e ideologias, aos quais ao menos tem conhecimento, se utiliza da mesma para se sentir integrante de um TODO e ser , ao mesmo tempo, ele(ou tentar ser). Através da Moda ele pode ser várias coisas ou ate não ser nada, possuir várias (falsas) identidades e todas serem representadas através do seu corpo.

O difícil é analisar uma pessoa pelo o que ela veste, analisar as vivências e atitudes desta pessoa. Classificá-la como sendo boa ou ruim, mesmo não sabendo suas experiências, sua cultura, a forma como foi criada, o que pensa ou deixa de pensar...
A Moda serve como base de analise do que a pessoa gosta ou como ela quer ser vista, em alguns casos serve também para entender a pessoa, mas este é um caso raro.

O que posso falar, para a conclusão deste texto, é que a MODA é um processo social muito importante e que o seu valor é inestimável.

MODA, o que vem a ser????


Abrindo um pequeno espaço de discussões sobre o que é MODA e o como ela interfere, de certa forma, na sociedade, darei aqui algumas definições ou teorias de diversos autores e estudiosos da área.

MODA

“A MODA é um sistema original da regulação e de pressão sociais: suas mudanças apresentam um caráter constrangedor, são acompanhadas do “dever” de adoção e de assimilação, impõe-se mais ou menos obrigatoriamente a um meio social determinado- tal é o “despotismo” da MODA tão freqüentemente denunciado ao longo dos séculos. ”(LIPOVESTSKY: 1989)

“Um repertório de signos cambiantes e materiais que se tem à disposição para a construção do visual. Este formato, jamais estável, responde ao universo cultural do SUJEITO, e especificamente, expressa sua construção como individuo.” (LIMA:2006).



“Oriunda do latim modus que significa maneira, a MODA é denominada como maneira, modo individual de fazer, ou uso passageiro que regula a forma de objetos materiais, e particularmente, os móveis, as vestimentas, e etc. Mais genericamente, maneira de ser, modo de viver de se vestir. Curiosamente e por espécie de ida e vinda lingüística, a língua inglesa no mesmo momento recupera a palavra francesa façon (modo) e transforma em fashion e assim passa a nomear MODA.” (CIDREIRA: 2005).

“Sua instabilidade significa que o parecer não está mais sujeito á legislação intangível dos ancestrais, mas que procede da decisão e do puro desejo humano. Antes de ser signo de desrazão vaidosa, a MODA testemunha o poder dos homens para mudar e inventar sua maneira de aparecer; é uma das fases do artificialismo moderno, do empreendimento dos homens senhores de sua condição de existência.” (LIPOVETSKY: 1989).

“Por que a MODA fala tão abundantemente do vestuário? Por que é que ela interpõe entre o objeto e o seu usuário um tal luxo de palavras- sem contar imagens-, uma tal redes de sentidos? A razão disso, como sabemos é de ordem econômica. (...)
Para obnubilar a consciência contável do comprador, é necessário estender diante do objeto um véu de imagens, de razões, de sentidos, elaborar em seu redor uma substâncias mediata, de ordem aperetiva, em suma, criar um simulacro do objeto real, substituindo o tempo pesado do desgaste por um tempo soberano, com a liberdade de se destruir a si mesmo por um ato de potiach anual.” (BARTHES: 1979).



“Como os demais discursos sociais, a MODA concretiza desejos e necessidades de uma época, circunscrevendo os sujeitos num determinado espaço de significação. Do erudito à cultura de massa, podem ser recuperados, por meio da MODA, as identidades do sujeito, uma vez que a MODA se constitui como um dos extensores do próprio ser humano, filiando-o a determinados discursos sociais que veiculam a sua visão do mundo.” (CASTILHO E MANTINS: 2006).

“Uma forma absolutamente singular de sintonizar idéias, sensações, que vão modelando o contemporâneo, encarnando-as. Neste sentido, ela, em certa medida, pode nos oferecer um diagnóstico do mundo em que vivemos. Nas suas variadas manifestações, ela nos propõe modos subjetivos que serão vestidos por nós. Isso exige que estejamos atentos ao sentido das peles que iremos sobrepor as nossas.” (PRECIOSA: 2005).

“MODA é vista como um meio da expressão cultural que possibilita a constituição de diferentes modos de gerenciamento do parecer, composto pelo repertório de imagens a serem interpretadas e materializadas pelo individuo a partir do acervo de peças de roupa, acessórios, cosméticos, dentre outros referentes à alteração ou composição desta aparência, como o gestual e o comportamento.” (LIMA: 2008).